Nas aulas de tipologia teórica serão enquadrados os conteúdos que se reportam à morte e o morrer, gestão da agonia e últimos dias de vida, as intervenções de enfermagem preconizadas e o processo de luto, versando instrumentos que o objetivem e mensurem.
As aulas teórico-práticas basear-se-ão na discussão dos conteúdos e na resolução de situações práticas, nomeadamente na capacitação dos cuidadores e família para a promoção do conforto em últimas horas de vida, temas sensíveis como nutrição e hidratação, sedação e dilemas éticos. Dá-se ênfase à formulação de problemas e análise dos resultados partindo sempre de situações reais resultantes da evidência científica. Promove-se um processo de diálogo em que todos participem, através da sua própria experiência e saber. A partilha das vivências de cada um emergem como uma oportunidade na capacitação do profissional para a melhoria das competências comunicacionais e técnico-científicas. A avaliação de conhecimentos consistirá na realização de trabalhos de grupo (60%), os quais serão apresentados de forma individual (40%), em sala de aula, através de metodologia expositiva. Os estudantes podem optar por exame final.
Enumeram-se os seguintes objetivos a atingir pelos estudantes:
Conhecer o perfil de agravamento das doenças oncológicas e não oncológicas;
Identificar as manifestações comuns dos últimos dias e horas de vida;
Explorar ferramentas de prognóstico e acurácia de fim de vida;
Desenvolver competências para intervir nos últimos dias e hora de vida, tendo em conta os 4 pilares dos CP;
Compreender o processo de luto, identificando os tipos de lutos (antecipatório, normativo e prolongado) e as características que os definem;
Reconhecer enquanto enfermeiro, as necessidades e dificuldade no acompanhamento do luto antecipatório do doente e cuidadores informais;
Identificar fatores de risco do luto prolongado nos cuidadores informais e família;
Refletir sobre as principais especificidades e desafios da intervenção do enfermeiro em função das características das perdas;
Desenvolver competências para a implementação de um plano assistencial de qualidade;
Conhecer os instrumentos de avaliação do risco no luto;
Explorar o conceito de luto profissional e suas especificidades;
Reconhecer a importância do autocuidado profissional.
Nao
Acompanhar pessoas em situação avançada de doença e em fim de vida, seja de etiologia oncológica ou não oncológica, cuidando em concomitância do doente e da sua família, lidar com as suas sucessivas perdas, tentando responder de uma forma eficaz, não se revela tarefa fácil para os profissionais de saúde.
Cada vez mais é expectável o desenvolvimento de habilidades, competências e aptidões específicas para lidar com o sofrimento e a morte iminente, a qual está cada vez mais presente nas instituições, mas que se pretende que progressivamente regresse ao domicílio, com apoio de equipas comunitárias de cuidados paliativos.
O momento pós-morte, torna-se, muitas vezes, um fator de stress na prática profissional e pessoal.
É de fundamental importância dotar os Enfermeiros de formação especializada que permita de forma critica, reflexiva e responsável desenvolver estratégias e planos de cuidados personalizados ao doente e família, permitindo a manutenção de um fim de vida digno e de acordo com os desejos manifestados, e de igual forma adequados à prática profissional, possibilitando que o Enfermeiro envolvido neste processo seja capaz de preservar e promover o seu autocuidado.
Discussão individual : 40.0%
Trabalho de Grupo : 60.0%
Exam: 100.0%
Romero, I.; Braga, B.; Rodrigues, J.; Rodrigues, R.; Neto, I. G. (2018). “Desprescrever” Nos Doentes Em Fim De Vida: Um Guia Para Melhorar A Prática Clínica. Revista Da Sociedade Portuguesa De Medicina Interna, 25 (1), 28-57.
Pais, C.; Silva, R.; Carvalho, S.; Morais, A. (2019). Uma Boa Morte: Reconhecer A Agonia A Tempo. Revista Da Sociedade Portuguesa De Medicina Interna. 26 (3), 238-246.
Walsh, R. I., Mitchell, G., Francis, L., &Amp; Van Driel, M. L. (2015). What Diagnostic Tools Exist For The Early Identi¬Fication Of Palliative Care Patients In General Practice? A Systematic Review. Journal Of Palliative Care, 31(2), 118–123.
Sapeta, A. P., Capelas, M. L., Pimenta, S., Brito, M. F. (2020). Relatório Outono 2019: Secção V – Apoio No Luto. Observatório Português Dos Cuidados Paliativos. Universidade Católica Editora. Lisboa.
Pimenta, S. E Capelas, M. L. (2020). Intervenção No Processo De Luto Em Portugal Pelas Equipas De Cuidados Paliativos. Cadernos De Saúde. 12(1), 23-35
Gomes, S. (2014) O Luto Em Enfermeiros Expostos À Morte Dos Doentes: A Realidade Do Ipocfg, E.p.e Dissertação De Mestrado Em Cuidados Paliativos. Faculdade De Medicina Da Universidade De Porto.
Daniela Filipa Almeida Da Cunha